sábado, agosto 29, 2009

Noções distorcidas...


ATOR DOADO
ATOR MENTADO
Minhas noções distorcidas
Minhas vontades alteradas
Minhas necessidades intensificadas...

QUE NOITE QUENTE!

Para dias como estes eu guardava um dos cigarros “perfumados”, chocolate, um pequeno guindaste/amuleto para me arrancar da faceta “vidinha monótona” que regularmente deixava perseguir/atacar/acompanhar (me). QUE REGULAVA MINHAS FALTAS DE VONTADE – A MINHA NÃO VOLIÇÃO...
Já havia horas que rolava na cama sem conseguir descontrair e embarcar nos vários exercícios que conheço para cair nos braços dos sonhos/ o sono/o Orfeu.
Estendi a mão no escuro, para dentro da bolsa, ali ao lado, tateando para encontra a muleta (a cigarrilha). Eu que, em absoluto, era uma boa viciada, pois já comemorava uns bons mais de doze meses sem usá-los, apesar de muito mais de doze crises de tédio, me deparei com o “último dos moicanos” na bolsa. Acendi o último, duas baforadas, sem tragar, como sempre, e dei um salto da prisão/cama. E em 5 segundos (minutos, talvez) já havia calçado o 1º pé da sandália, que tateei no escuro, bolsa a tiracolo, jaquetas e chaves...
O “plack” da porta as minhas costas, que não me dei o trabalho de trancar. A brisa era ótima, já me sentia mais refeita/rarefeita. Na 1ª esquina nem lembrava o motivo de ter atravessado a porta para a rua.
Ia me afastando da minha “porta da percepção”. Ia me encontrando rumo ao inconsciente...

NÃO SAI, ENFIM, APENAS AjEITEI AS SOMBRANCELAS...

Minhas noções distorcidas...

ATOR DOADO
ATOR MENTADO
Minhas noções distorcidas
Minhas vontades alteradas
Minhas necessidades intensificadas...

QUE NOITE QUENTE!

Para dias como estes eu guardava um dos cigarros “perfumados”, chocolate, um pequeno guindaste/amuleto para me arrancar da faceta “vidinha monótona” que regularmente deixava perseguir/atacar/acompanhar (me). QUE REGULAVA MINHAS FALTAS DE VONTADE – A MINHA NÃO VOLIÇÃO...
Já havia horas que rolava na cama sem conseguir descontrair e embarcar nos vários exercícios que conheço para cair nos braços dos sonhos/ o sono/o Orfeu.
Estendi a mão no escuro, para dentro da bolsa, ali ao lado, tateando para encontra a muleta (a cigarrilha). Eu que, em absoluto, era uma boa viciada, pois já comemorava uns bons mais de doze meses sem usá-los, apesar de muito mais de doze crises de tédio, me deparei com o “último dos moicanos” na bolsa. Acendi o último, duas baforadas, sem tragar, como sempre, e dei um salto da prisão/cama. E em 5 segundos (minutos, talvez) já havia calçado o 1º pé da sandália, que tateei no escuro, bolsa a tiracolo, jaquetas e chaves...
O “plack” da porta as minhas costas, que não me dei o trabalho de trancar. A brisa era ótima, já me sentia mais refeita/rarefeita. Na 1ª esquina nem lembrava o motivo de ter atravessado a porta para a rua.
Ia me afastando da minha “porta da percepção”. Ia me encontrando rumo ao inconsciente...

NÃO SAI, ENFIM, APENAS AGEITEI AS SOMBRANCELAS...

sexta-feira, agosto 28, 2009

sei lá...sei menos ainda

fui invadida pelo Transtorno de Atenção e Hiperatividade que a internet produz em seus/sua "usuários" Alguém aí poderia me ajudar? A Fabi me ajudou: tempo de realizar: "meu momento: sem conseguir,nem ler, nem escrever, rompi a cristalização: "A leitura não passa de um substituto do pensamento próprio". Aqui fechei o livro, sabendo que escrever é considerado, também, um substituitivo e fui escrever... disparei..." agora procuro alguém que possua "tal" afinidade...

Meus autores preferidos:

Pessoa, Kafka, Guimarães Rosa, Bauman, Calvino, Philip K. Dick...(cade as mulheres?!) Marion Zimmer Bradley, Maria Rita Kehl, Maria Cristina Kupfer...

Meus livros e estilo literário preferido:

ficção, psicanálise, psicologia, romances, astrologia, ocultismo, filosofia, história em quadrinhos... http://anjapsi.blogspot.com/ http://anjapsi.spaces.live.com/

quarta-feira, agosto 19, 2009

Skoob (ou o que ando lendo):


ando meio desligada nem sinto os meus pés no chão... ando numa fase muito estranha: começo vários livros e não consigo me concentrar em nenhum, muito menos terminar... não tenho escrito... estas coisas eram constantes e me sinto perdida e vazia sem elas... será que fui dependente? será que a "academia" me enjoou e enojou? o que será de mim? fui invadida pelo Transtorno de Atenção e Hiperatividade que a internet produz em seus/sua "usuários" Alguém aí poderia me ajudar?

domingo, agosto 09, 2009

Joquim - Vitor Ramil - versão para Joey de Bob Dylan e...

Satolep
Noite
No meio de uma guerra civil
O luar na janela
Não deixava a baronesa dormir
A voz da voz de Caruso
Ecoava no teatro vazio
Aqui nessa hora é que ele nasceu
Segundo o que contaram pra mim

Joquim era o mais novo
Antes dele havia seis irmãos
Cresceu o filho bizarro
Com o bizarro dom da invenção
Louco, Joquim louco
O louco do chapéu azul
Todos falavam e todos sabiam
Quando o cara aprontava mais uma

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?

Muito cedo
Ele foi expulso de alguns colégios
E jurou: "Nessa lama eu não me afundo mais"
Reformou uma pequena oficina
Com a grana que ganhara
Vendendo velhas invenções
Levou pra lá seus livros, seus projetos
Sua cama e muitas roupas de lã
Sempre com frio, fazia de tudo
Pra matar esse inimigo invisível

A vida ia veloz nessa casa
No fim do fundo da América do Sul
O gênio e suas máquinas incríveis
Que nem mesmo Julio Verne sonhou
Os olhos do jovem profeta
Vendo coisas que só ontem fui ver
Uma eterna inquietude e virtuosa revolta
Conduziam o libertário

Dezembro de 1937
Uma noite antes de sair
Chamou a mulher e os filhos e disse:
"Se eu sumir procurem logo por mim"
E não sei bem onde foi
Só sei que teria gritado
A uma pequena multidão
"Ao porco tirano e sua lei hedionda
Nosso cuspe e o nosso desprezo!"

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?

No meio da madrugada, sozinho
Ele foi preso por homens estranhos
Embarcaram num navio escuro
E de manhã foram pra capital
Uns dias mais tarde, cansado e com frio
Joquim queria saber onde estava
E num ar de cigarros
De uns lábios de cobra, ele ouviu:
"Estás onde vais morrer"

Jogado numa cela obscura
Entre o começo do inferno e o fim do céu
Foi assim que depois de muitas histórias
A mulher enfim o encontrou
E ele ainda ficou ali por mais dois anos
Sempre um homem livre apesar da escravidão
As grades, o frio, mas novos projetos
Entre eles um avião

O mundo ardia na guerra
Quando Joquim louco saiu da prisão
Os guardas queimaram
Os projetos e os livros
E ele apenas riu, e se foi
Em Satolep alternou o trabalho
Com longas horas sob o sol
Num quarto de vidro no terraço da casa
Lendo Artaud, Rimbaud, Breton

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?

No início dos anos 50
Ele sobrevoava o Laranjal
Num avião construido apenas das lembranças
Do que escrevera na prisão
E decidido a fazer outros, outros e outros
Joquim foi ao Rio de Janeiro
Aos orgãos certos,
Os competentes de coisa nenhuma
Tirar um licença

O sujeito lá
Responsável por essas coisas, lhe disse:
"Está tudo certo, tudo muito bem
O avião é surpreendente, eu já vi
Mas a licença não depende só de mim"
E a coisa assim ficou por vários meses
O grande tolo lambendo o mofo das gravatas
Na luz esquecida das salas de espera
O louco e seu chapéu

Um dia
Alguém lhe mandou um bilhete decisivo
E, claro, não assinou embaixo
"Desiste", estava escrito
"Muitos outros já tentaram
E deram com os burros n'água
É muito dinheiro, muita pressão
Nem Deus conseguiria"
E o louco cansado o gênio humilhado
Voou de volta pra casa

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?


No final de longa crise depressiva
Ele raspou completamente a cabeça
E voltou à velha forma
Com a força triplicada
Por tudo o que passou
Louco, Joquim louco
O louco do chapéu azul
Todos falavam e todos sabiam
Que o cara não se entregava

Deflagrou uma furiosa campanha
De denúncias e protestos
Contra os poderosos
Jogou livros e panfletos do avião
Foi implacável em discursos notáveis
Uma noite incendiaram sua casa
E lhe deram quatro tiros
Do meio da rua ele viu as balas
Chegando lentamente

Os assassinos fugiram num carro
Que como eles nunca se encontrou
Joquim cambaleou ferido alguns instantes
E acabou caído no meio-fio
Ao amigo que veio ajudá-lo, falou:
"Me dê apenas mais um tiro por favor
Olha pra mim, não há nada mais triste
Que um homem morrendo de frio"

Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias
Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?