terça-feira, setembro 10, 2013

Amor nos tempos de Fúria - Lawrence Ferlinghetti (L&PM) PARIS 1968



Annie e Julian foram levados... pelos estudantes em marcha, se viram arrastados em meio à multidão quando ela saiu aos trancos da Place Contrescarpe e desceu a ladeira até a École Polytechnique, onde os estudantes se multiplicaram no pátio e nos jardins da escola e os tomaram por inteiro, desfilando em protesto pelo pátio principal... (p.41).
1.        “Eles flanavam pela Pont dês Arts, junto à Íle Saint-Louis, desde as primeiras horas da manhã...” (p.52) (acrescentar bicicleta)

...Estava preste a consolidar suas posições simultaneamente todas as partes do mundo, pulando nas costas e se pendurando nos pescoços de todas as pessoas e gritando fórmulas... profundas e malucas para a louca salvação... a Polícia Poética estava prestes a capturar todos os jornais, bibliotecas, máquinas de impressões e de conveniências, forçando seus proprietários, com canetas como espadas a imprimir  a não ser mais manchetes de pura poesia e menu de puro amor, os jornais diários dali em diante seriam preenchidos por nada além de reportagens de pura poesia que relatasse as últimas posições e posturas e aparições e manifestações e demonstrações de pura beleza criadas a partir de todo o tecido da realidade nua e crua assim como as últimas informações sobre as últimas ações de amor em todo o universo, publicando todo o amor que pudesse ser impresso e todo o amor que estivesse apto a matar, se recusando a publicar quaisquer outras reportagens ou manchetes ou fotos sobre qualquer outro assunto na medida em que qualquer outro assunto já não era mais Notícias, e até os irretocáveis editores da Revista da Morte a levantar as venezianas em seus escritórios envidraçados, e estudantes de pintura da Beaux-Arts desenhavam grandes mensagens fulgurantes em parede de segundo andar ao longo do comprimento de todas as ruas, poetas escreviam poemas fulgurantes no papel higiênico desenrolado, e esses poemas loucos e intermináveis eram pendurados pelas ruas e bulevares, amarrados nos sucessivos postes de luz, e caíam em espirais em torno das cabeças de civis idosos que agarravam com furor, lutavam por eles e corriam para casa a fim de fixá-los em espelhos de barbear e nos muros dos sindicatos e nas paredes dos depósitos e na parte de trás da Câmara dos Deputados ... assim como nas fachadas de qualquer American Express e de qualquer prédio suburbano de apartamentos nos arredores de todas as cidades e nas portas laterais de todos os templos e igrejas, com a palavra amor sublinhada onde quer que aparecesse num poema. A Revolução Poética estava crescendo e agitando, transformando a existência e a civilização a medida que vinha inundando tudo na esquina da Boule Miche... onde Danton observava uma entrada do metrô e relógios de bolso pendiam de árvores cada um com uma hora diferente balançando na brisa mas todos indicando que era MAIS TARDE DO QUE VOCÊ PENSAVA... (p.59 até 61)



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