quarta-feira, maio 12, 2010

o que são minhas epígrafes...

.......................ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES...inconclusivas.............



AS CIDADES E OS MORTOS
O que distingue Argia das outras cidades é que no lugar de ar existe terra. As ruas são completamente aterradas, os quartos são cheios de argila até o teto, sobre as escadas pousam outras escadas em negativo, sobre os telhados das casas premem camadas de terreno rochoso como céus enevoados. Não sabemos se os habitantes podem andar pela cidade alargando as galerias das minhocas e as fendas em que se insinuam raízes:
a umidade abate os corpos e tira toda a sua força;
convém permanecer parados e deitados, de tão escuro.
De Argia, daqui de cima, não se vê nada; há quem diga: está lá em baixo”
e é preciso acreditar; os lugares são desertos.
À noite, encostando o ouvido no solo,
às vezes se ouve uma porta que bate”
(Italo Calvino, “As cidades Invisíveis”, p. 116.)

 

            Minhas epígrafes são meu “Brincar”, comunicam e organizam meu discurso meio PRONTO, meio tonto, das minhas imagens fantasmáticas. Gritam angústias de não satisfação ante o objeto amado e odiado, o mesmo; e a percepção/reconhecimento de que os são/é objeto único e me coloco em estados depressivos que me parecem que NUNCA (muito tempo! Alucinação!) conseguirei elaborá-los. Falo a mim mesma: “larga a lupa, use um relógio e uma calculadora” para não enxergar/ver os defeitos tão grandes e o tempo tão extenso e sem matemática nenhuma. Estou míope e torpe...

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