terça-feira, setembro 28, 2010

Mensagens no Skoob

Herbherth 1 dia, 23 horas atrás: hahahahah, vi q vc gosta de psicologia, é psicologa, estuda sobre, ou é só uma interessada no assunto xD?

anjapsi 1 dia, 23 horas atrás: sou muito interessada no assunto...rsrsrssr
anjapsi 1 dia, 23 horas atrás :meio que desisti desta meta... é quase como não conseguir conversar com a maioria... mas preciso confessar que me divirto muito somando amigos e os escolhendo pela via intuitiva e virtual... abração! tenho uma compulsão de acrescentar amigos que me pegam...rsrsrsrs
ainda estou investindo na área... mas sou mais amiga da psicologia comunitária, social... minha experiência maior recai no voluntariado que mistura: ecologia (psico-ecologia), educação (escolar!), dependência química... estas vértices... Se a coisa apertar eu saio do caminho psi e volto pro trilho dos LIVROS (tive um sebo) ou o que me chamar... Divido um consultório com dois outros colegas... e tu qual área te convoca mais? e qual a faculdade/universidade?

Herbherth 32 minutos atrás: bem, como nem entrei ainda, tenho 5 anos pra decidir...
ah, mas meus gostos são muito parecidos com os seus xD, eu penso seriamente em trabalhar com crianças porque adoro elas, tambem adoro coisas relacionadas com ecologia, embora não soubesse que existe psico-ecologia =O, afinal, o que faz essa area?
e tambem ja pensei em dependentes quimicos, mas acho q vou mesmo é trabalhar com crianças...
que legal, um sebo =D, ja deve ter lido de tudo então ein xD
ah, de uma coisa eu sei, eu não quero ter meu proprio consultorio como acho que a maioria faz =P, sei la, tenho a impressão de que se fizer isso vou encontrar muita gente querendo se suicidar xD

anjapsi 6 minutos atrás: Muitas querendo se suicidar?! exagero... o drama é para viver, ou deixar de morrer... os que querem suicídio (mesmo) são encaminhados compulsoriamente...
Quando eu me dei por conta recebi um convite "inegável" para dividir o consultório com dois ótimos colegas (despesas e conversas rachadas e garantidas...) [se não... acho que não teria o meu CRP até hoje...].
A Psicologia do Desenvolvimento humano
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79721997000200013&script=sci_arttext
e uma das psico que aborda a ecologia, o homem como parte da natureza... acho que é bem legal: homens e as catástrofes, crises e acidentes coletivos, naturais ou sociais (exôdos, deslocamentos, sem tetos, etc...)
o terrível é tentar ajudar alguém que ao cruzar contigo pense em suicídio... (no mínimo,anti-ecológico...)
Abraços

(resposta sussurada:)...rsrsrrsres... "postei" parte de nosso diálogo no facebook e em um de meus blogs... (sinto muito pela sua experiência trágica, sinto se fui meio leviana... mas me parece que a maioria tem problemas com o morrer, esqueço q estes problemas podem causar tantos medos e traumas...e mesmo matar a própria experiência de vida...paralisam alguns, enchem de coragem fatal outros...)

Herbherth 3 dias, 17 horas atrás
ah, q isso, foi leviana não^^, essas coisas infelizmente acontecem =P, não sinto que criei traumas por causa disso xD...


Pirata Curupira 2 dias, 6 horas atrás
BOm dia!!!
Ahh, você é engraçada! Eu olhos os livros que você leu e fico pensando como você juntaria numa conversa Kafka e conjução solar, por exemplo.. e acho que você conseguiria fazer isso sim.
Esteja bem por aí!


Pirata Curupira 1 dia, 6 horas atrás
Além de engraçada você é um perigo!!
srrsrsrs
Eu sou de virgem, com ascedente em virgem.

Espero que não briguemos.

Eu falo teatro e as vezes uma lasanha.
E vocÊ?

:O)

Herbherth 18 horas, 39 minutos atrás
nossa, não é que você colocou mesmo xD?!
hey, você tambem gosta de gatos? vi umas fotos no seu blog^^

O Herbherth ficou duvidando que eu postasse partes da conversa...
E no meio tempo o Pirata Curupira me achou engraçada... ficou
pensando que deve ser engraçado travar diálogos comigo...rsrsrsr

sexta-feira, setembro 24, 2010

O Processo (Kafka)

“Certamente alguém havia caluniado Josef K., pois UMA MANHÃ ELE FOI DETIDO sem que tivesse feito mal algum. (...) Isso nunca tinha acontecido antes. K. esperou mais um pouquinho, olhou de seu travesseiro (...),mas depois sentindo estranheza e fome ao mesmo tempo, tocou a campainha. Imediatamente bateram à porta e entrou um homem que ele nunca tinha visto antes(...)
Na verdade logo lhe ocorreu que (...) assim reconhecia, de certa maneira,
O DIREITO DE FISCALIZAÇÃO DO ESTRANHO (...)
K. mal prestou atenção nesses discursos;
não dava muita importância ao direito, que talvez ainda tivesse,
de dispor das suas coisas; para ele era muito mais relevante chegar à clareza sobre sua situação, (...)
Que tipo de pessoas eram aquelas? Do que elas falavam? A que autoridade pertenciam?
K. ainda vivia num Estado de Direito, reinava paz em toda a parte,
TODAS AS LEIS ESTAVAM EM VIGOR, QUEM OUSAVA CAIR DE ASSALTO SOBRE ELE EM SUA CASA?
Ele tendia a levar as coisas pelo LADO MAIS LEVE POSSÍVEL, A CRER NO PIOR SÓ QUANDO ESTE ACONTECIA, A NÃO TOMAR NENHUMA PROVIDÊNCIA PARA O FUTURO, MESMO QUE TUDO FOSSE AMEAÇA. Aqui porem não parecia acertado; na verdade, tudo podia ser uma brincadeira (...)
Não posso absolutamente lhe dizer que é acusado, ou melhor: não sei se o é. O SENHOR ESTÁ DETIDO, isso é certo, mais eu não sei (...) mesmo porém que eu não responda a suas perguntas, posso entretanto aconselhar o senhor a pensar menos em nós (...) e não faça tanto alarde do seu sentimento de inocência, isso perturba a impressão não exatamente má que de resto o senhor transmite.


terça-feira, setembro 07, 2010

Novas páginas do Macaco e a Essência - Huxley



 "PROGRESSO e NACIONALISMO -essas foram as duas grandes idéias que Ele lhes incutiu... Progresso - teoria de que você pode ganhar num terreno sem pagar pelo seu ganho num outro...a teoria que a Utopia se encontra um passo à frente e, desde que fins idéias justificam os mais abomináveis meios, é seu previlegio e seu dever roubar, defraudar, torturar, escravizar e assassinar todos aqueles que, na sua opinião (que é por definição, infalível) obstruem a marcha avante para o PARAÍSO terrestre... Progresso parteiro da força... Força é a Parteira do Progresso (Marx e Huxley)" (p.114)

Duplamente parteira... o progresso técnico fornece instrumento de destruição indiscriminada, enquanto o mito do progresso político e moral serve de pretexto para o uso desses meios até o último limite. Eu lhe afirmo, meu amigo, um historiador incrédulo é um louco. Quanto mais se estuda a história moderna, tanto mais evidente se encontra a Mão guiadora... Depois houve o NACIONALISMO [item que incluo no meu tcc sobre IDENTIDADE!) a teoria de que o estado do qual por acaso vc é súdito é o único deus verdadeiro, e de que todos os outros estados são deuses falsos; de que todos os deuses, quer verdadeiros, quer falsos, têm a mentalidade de delinqüentes juvenis; e de que cada conflito por prestígio, poder ou dinheiro, é uma cruzada pelo Bom, pelo Verdadeiro e pelo Belo. O fato de que tais teorias vieram, num dado momento da história,a ser universalmente aceitas é a maior prova...(115)

"a característica peculiar do parasitismo... é que o organismo vive às expensas de outro... A relação entre o homem moderno e o planeta do qual, até tão recentemente, ele se considerou o senhor, foi não a de parceiros simbióticos, mas aquela que existe entre a tênia e o cão infestado, entre o fungo e a batata pragada. (p.150)"

90% (163 de 181)
"O Arquivigário assente. - Sim, foi por um triz - diz ele- Se eles tivessem ficado no pessoal e no Universal, teriam estado em harmonia com a Ordem das Coisas, e o Senhor das Moscas estaria liquidado. Mas felizmente (???) Belial tem aliados em quantidade - as nações, as igrejas, os partidos políticos. Ele se aproveitou dos seus preconceitos. Ele explorou as suas ideologias. Ao tempo em que foi produzida a bomba atômica, Ele tinha os homens de volta ao estado mental anterior a 900a.C. E depois gostei do que o senhor disse sobre os contatos entre o Oriente e o Ocidente..."

segunda-feira, agosto 30, 2010

O macaco e a Essência - Aldous Huxley

O MACACO e a ESSÊNCIA

"...previu tudo isso - a passagem da fome para os alimentos importados, dos alimentos importados para o 'boom' da população e do 'boom' de volta à fome outra vez. Denovo a fome, A Nova Fome, a Grande Fome, a fome de enormes proletarados industrializados, a fome de habitantes das cidades com dinheiro, com todas as utilidades modernas, com automóveis [...] e todas engenhocas imagináveis, a fome que é causa das guerras totais e as guerras totais que são a causa de MAIS FOME AINDA...
E tome nota...mesmo sem bomba atômica..., um pouco mais demoradamente, talvez, mas não menos fatalmente, os homens ter-se-iam destruído, ao destruir o mundo em que viviam. Não havia salvação para eles...famintos, seriam tentados a recorrer à guerra. E ainda que, porventura, procurassem encontrar um caminho mais pacífico e racional para sair do dilema... desde quando esboçou o início da revolução industrial... previu que os homens se tornariam arrogantemente presunçosos ante os milagres da sua própria técnica que logo perderiam todo o senso de realidade. E foi precisamente o que aconteceu. Esses miseráveis escravos de rodas e de livros de contabilidade começaram a congratular-se consigo mesmos por serem os Conquistadora da Natureza... o que haviam feito, é claro, fora perturbar o equilíbrio da Naturez, e estavam em vias de sofrer as consequências. Pense um pouco no que" 
ESTIVEMOS FAZENDO! o autor continua: "uma orgia de imbecilidadeS criminosaS (grifo meu). E a isso eles chamavam Progresso... Creia-me esta foi uma invenção por demais diabolicamente irônica! Tinha que haver um Auxílio Exterior para isso... a Graça do Belial, que naturalmente, está sempre ao alcance - isto é, para quem quer que esteja pronto para cooperar com ela - E quem não está?
Progresso e Nacionalismo - essas foram as duas grandes idéias que Ele lhes incutiu..."

sábado, agosto 21, 2010

VIVER É negócio MUITO PERIGOSO

João Guimarães Rosa
No Grande SERtão : Veredas:

Viver é NEGÓCIO (ócio) MUITO perigoso. Viver é perigoso. VIVER... ver?!

sábado, agosto 14, 2010

http://www.skoob.com.br/usuario/perfil/20759/perfil:on

perfil no SkooB:

...e se eu derepente te oferecesse...flores? se te disseste do bem querer, ou do tragar das línguas? Ou indagasse dos teus desejos mortais? Que me responderia? um beijo morno, na noite fria, segurando seios como quem segura a vida, cravando os dentes na pele macia, sugando leite de pedra, armando armadilhas concretas, nas idéias muito mais que secretas, que te seriam, então, bulinagem, com som, imagem, gosto e cor. Mete tua cabeça Nestas minhas solitárias idéias “gulosas” A respeito de ti, Doa teu suor mentolado Aos meus mais diversos “agrados” De dentes cravados, gemidos sussurrados, Lábios pintados, Carmim ceifado, Contorções da minha alma dilacerada... ABSINTO FAZ EFEITO, MAS TENHO ESTE GRAVE DEFEITO: PLATão Queria bater na tua porta E te dizer estas coisas sem jeito, Doida covardia, a pulsão não manda em mim (que pena !) Que mania ser tão racional, tão conseqüente e covarde... Ou seria irracional, inconseqüente e covarde? SEM SORTE! PERDEDORA... JAGUARA, JOGO CONTRA... 14 de agosto chuva ...Sou Graciliana, como Graciliano: sou uma catadora de ninharias, uma detalhista de inutilidades, um ente mesquinho, numa maneira (uma poeira) muito própria de referir-me a mim mesma. Uma pobre diaba, uma parva, e meus principais personagens não diferem desta cruel imagem na qual me reconheço (a escritora). “É ao Outro que falo quando PRETENDO dizer do outro que JÁ FUI; é o Outro que encontro quando PRETENDO apreender nas palavras do outro AQUELE QUE EM MIM SE PERDEU. O Outro do texto opera silenciosamente sobre o definido formato das imagens que me compõem, desforma-os, informa-os, reforma-os; este diálogo opera desde as sombras, mas de forma vigorosa e eficaz. QUANDO O SUJEITO E O OUTRO SE ENCONTRAM PRODUZ-SE UM EFEITO DE VERDADE, a partir disto certas coisas se tornam dizíveis, pensáveis, transmissíveis, utilizáveis...” “Escrevo porque não quero as palavras que encontro: por subtração” “não é a pessoa do outro o que necessito, É O ESPAÇO...” ...“escrevo para não ficar louco”. (Barthes) Já Eu, euzinha, escrevo justamente para poder enlouquecer... Justamente enlouqueço e escrevo, esqueço... Enquanto isto, subo e desço... ando meio desligada nem sinto os meus pés no chão... ando numa fase muito estranha: começo vários livros e não consigo me concentrar em nenhum, muito menos terminar... não tenho escrito... nada me convem ou me convençe... TODO MUNDO DEVIA ESCREVER: a escrita como disciplina de pensamento. "uma liberdade que assume riscos ao imprimir as próprias marcas"(p. 17 de Georges Picard.) "...não tenho outro recurso contra os inimigos de meu povo/essa canção é ofensiva e dura como uma pedra araucária isto pode ser uma função efêmera, mas eu a aceito e utilizo as mais antigas armas da poesia (...) CONTRA OS INIMIGOS..." (de PabloNeruda) Aquelas coisas (que) eram (tão) constantes. Sinto me perdida e vazia sem elas... será que fui dependente? será que a "academia" me enjoou e enojou? o que será de mim? fui invadida pelo Transtorno de Atenção e Hiperatividade que a internet produz em seus/suas "usuári@s". Alguém aí poderia me ajudar? A Fabi me ajudou dizendo que é MEU tempo de realizar. Sem conseguir, nem ler, nem escrever, rompi a cristalização: "A leitura não passa de um substituto do pensamento próprio" (Schopenhauer). Aqui fechei o livro, sabendo que escrever é considerado por ele, também, um substitutivo, mesmo assim fui escrever... disparei...". Agora procuro alguém que possua "tal" afinidade...: "ensinar seu filhos a escolher..." seus livros, filmes, amores... não vou parar de tentar... não vou parar... de buscar... Os sujeitos assumem diferentes e conflitantes identidades, o que só torna o processo como algo diferente de inato e existente na consciência desde o momento do nascimento até a hora da morte. A identidade não se desenvolve naturalmente, é formada em relação aos outros e ao longo do tempo, através de processos inconscientes. Grita que há “algo 'imaginário' ou fantasiado sobre sua unidade” (Hall), fazendo com que ela permaneça como um processo, sempre sendo formada e reformulada. [...] A “psicologia profunda” a que habitualmente se reduz o pensamento freudiano encobre esta outra realidade: apesar de sua aversão pela Filosofia, Freud acabou por obrigá-la a repensar seu problema fundamental: o que é o homem? A seu modo a revolução freudiana veio recolocar em circulação um tema quase anátema, na atmosfera cientificista que marcou o “pequeno racionalismo” do início do século XX. Sua noção central – a que o homem é o palco do conflito do desejo – suscita resistência ainda hoje compreensíveis; mas, por outro lado, ela permite desdobramentos fecundos, que talvez lhe assinalem o lugar de honra entre as disciplinas que se ocupam do homem. Toda a obra de Freud pode ser lida como uma lenta e penosa explicitação da fórmula das Novas Conferências de Introdução à Psicanalise: Wo Es war, soll ich werde – onde era o id, que haja o ego. Que tem a filosofia a ver com isto? (Freud: trama dos conceitos,Renato Mezan) As Nações, nem todas praticam BULLYING... como dizer que a Europa não o praticou ao "invadir" as Américas? A NAÇÃO BRASILEIRA só NASCEu DENTRO DE UM DISCURSO e um sistema PERVERSO (Eu) [:o] "A Lógica é, na verdaDe, inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver" Kafka [;)] Problematizo a identidade como uma convenção socialmente necessária, a partir dos conceitos relativos ao tema que estão relacionadas às teorias do campo dos Estudos Culturais e às idéias de autores como Hall e Bauman, num processo não estanque de construção nos tempos “líquidos” e pós-moderno e questiono a formação e a construção de identidade nacional. Sua difícil definição incide nas infinitas saídas e nas urgentes necessidades de novos paradigmas conceituais, tanto para a identidade, a identidade brasileira, como para formação desta. Trata-se de uma pesquisa onde aceitamos o critério sócio-histórico, por um caminho processual também histórico, onde se presentifica a dialética do singular-particular-universal. MORO NO LITORAL...PRÓXIMO DO MAR... 


[:o] "A Lógica é, na verdaDe, inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver" Kafka [;)]
o paginômetro diminuiu!

de 107.557 passou para 107.551 (Ué!?)

vou testar, colocarei as últimas páginas lidas de Henry e June, vamos ver o que segue... rsrsrrs

acabei Henry e June e o paginômetro deu um salto para 107.807! (rsrsrsr)
Tá certo que hoje não li meus livrinhos, mas baixou pra: 107.757 (é muito 171!)
! 107.925 !

Paginômetro
107.946


terça-feira, agosto 03, 2010

Vou contar, mas é só para vocês!

Estava trabalhando como vendedora, um serviço temporário... quando apareceu um cliente muito comunicativo e cheio de um pedido de ajuda para escolher um presente para alguém. Usei minha intuição e indiquei um cd que procurei junto com ele e as orientação de como deveria ser o presente (já não lembro tão claramente toda a seqüência de fatos). Ajudei a chegar ao cd “escolhido” que ele pediu que embrulhasse para presente. Minha surpresa foi a de que o cd era pra mim! Nunca mais vi o cliente, ele deixou para a empacotadora me entregar depois que ele havia saído. Não pude agradecer, mas fiquei com a sensação de que fui meio estúpida... o que me “salva” são o presente deixado e de que talvez, se soubesse que era pra mim, não escolheria exatamente aquele cd... é provável que nem aceitasse (o politicamente correto, uma merd...). Escutando Alanis Morrisette fui além das letras, fiz minha própria versão pra a musicalidade que escutei (mas gardei em minhas gavetas... talvez um dia eu conte pra vocês o que escrevi... deixa eu me recuperar)



Big Fish
O homem e as horas
(pearl Jam)
Os maremotos não pedem perdão/ um copo de neve (chuva) cai em maio
E as portas estão abertas agora
Porque o homem da hora está recebendo os últimos aplausos: adeus por hora
A natureza tem sua própria religião, o evangelho da terra!
O pai reinou uma grande divisão, os jovens fingem...
Os velhos compreendem
E o selo se rompe ao amanhecer
Derramando luz sobre eles, todos se juntam
Por que o homem das horas está recebendo os últimos aplausos...
Na carroça em que viajo
Acenam rotas ao longo do caminho
Sinais oxidados somente para mim
Ele estava me guiando, amando a sua maneira
O homem desta hora está recebendo seu último aplauso!
Sinto que estou só, adeus, por hora...
(minha versão, um “regalito” para meus amigos...)

Tento Superar!

A sensação que tenho após ter passado pela faculdade (final em dez.2008) que não tenho mais nada a escrever. Antes havia uma ousadia, uma petulância e hoje restou um vazio depressivo. É uma auto-censura, percebo, mas é uma sensação forte também. A crítica avaliativa me travou e venho tentando resgatar o meu “botão” de “foda-se”. Recebi uma orientação de que deveríamos escrever como se fosse nosso último ato... como se o mundo estivesse para acabar e, talvez a possibilidade de salvar alguém, a ou nós mesmo, estivesse contida neste últimos escritos (talvez a consciência, não a nossa, mas algo maior, fique a salvo neste último ato de morte?!).


 Ontem assisti “O Vidente”, filme adaptado de um romance de Phillip K. Dick... Sempre enxergo muito nos contos dele. Talvez seja a forma como ele descreve a questão “tempo”... deixa o pensamento vagante... o filme termina com uma frase mais ou menos assim: ...VOCÊ NÃO PODE OLHAR/VER O FUTURO PORQUE CADA VEZ QUE VC OLHA O FUTURO ELE MUDA...

terça-feira, julho 27, 2010

TERÇA, 27 JULHO 2010;



Assisti “Entre os Muros da Escola” (vencedor de Canne, de Laurent Cantet[diretor] e François Bégaudeau[autor e ator]) e terminei de Ler “Henry e June”, ontem. 

São minhas homenagens ao dia dos avós. Coisa que ainda não sou, mas falta pouco, uns três anos, aproximadamente, pelas “contas” da minha organizada filha (difente da futura vovó aqui... pura desorganização...)

Penso em levar os comentários do Diretor (Laurente) para os professores e pais pensarem comigo as suas visões sobre a escola: EXISTE ALGO QUE SE DEFINE NAQUELA BAGUNÇA:um sujeito, o professor se apresenta à uma classe, os alunos, em torno de 24 outros sujeitos em constituição [se constituindo como sujeitos...]. Um micro modelo da sociedade, das culturas, dos sistemas, como uma janela para a sociedade...

UMA JANELA NO MURO, UM FURO NA SOCIEDADE...

Acontece algo que se define, e define os sujeitos no meio da bagunça... e abre uma janela no MURO.

Mostrando algo de dentro dos muros que protegem e escondem, mas abre, salta por uma janela inventada, criada, cultivada, escancarada.

Me coloco no lugar de uma figura de humor caustico,quase cruel, mas necessariamente provocador...Ânj@psi;

segunda-feira, junho 21, 2010

O DIA EM que a Terra Não Parou...

“Quem não tem filé come pão e osso duro
Quem não tem visão bate a cara contra o muro
(quem não tem colírio usa óculos escuros)” Raul Seixas
São estes os dias que vivemos e inventamos insistentemente... e, assim “escapamos” da morte! Isto é algo que não é tão claro para nós, os VIVENTES.
“A história também nos mostra que o processo civilizador contribui para o ‘afastamento’ da morte de nosso cotidiano” (Renata de Rezende Ribeiro, entrevistada do Café História, professora da UFES [Universidade Federal do Espírito Santo], jornalista, que discute e estuda como as novas tecnologias podem estar mudando uma concepção histórica sobre a morte, no Ocidente. Um de seus casos de estudos é a comunidade no Orkut PGM (Perfil de Gente Morta).
O Filme coloca a metáfora da alma (esfera brilhante) da Terra encarnada entre a espécie humana, sua algoz para tentar libertá-la da influência destrutiva dos homens... Edmund H. North
O Universo como uma bela mulher!?
Entrevistada: Renata de Rezende Ribeiro (UFES)
Conversa Cappuccino - Entrevista de Outubro
A seção Conversa Cappuccino tem como marca convidar um historiador para uma xícara de café. Na entrevista deste mês, porém, o Café História abriu a porta para uma pesquisadora da área da Comunicação Social. Mas uma pesquisadora que tem a História bem pertinho. Trata-se da capixaba Renata de Rezende Ribeiro. 

Renata é jornalista, possui especialização em Comunicação, Tecnologia e Gestão da Informação e é mestre em Comunicação Social. Atualmente, termina o doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense (Niterói - Rio de Janeiro) e atua como professora assistente no Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Seu projeto no doutorado possui o nome: "Fragmentos de um corpo: as novas tecnologias da comunicação e a construção da morte contemporânea".
 

No papo com o Café História, Renata discute como as novas tecnologias podem estar mudando uma concepção histórica sobre a morte, no Ocidente. Um de seus casos de estudos é a comunidade no Orkut PGM (Perfil de Gente Morta).
 

Interessou-se? Então não perca a entrevista!

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CAFÉ HISTÓRIA - Renata, muito obrigado por conceder esta entrevista ao Café História. Sinta-se em casa por aqui, ok? Bom, toda a sua trajetória acadêmica trem sido realizada na área de comunicação. Mas o seu trabalho está intimamente relacionado à história. Conte-nos sobre a sua tese de doutorado e de como a história está presente em suas pesquisas.
 

RENATA DE REZENDE- Como o campo da comunicação social é amplo e atravessado por ciências variadas, isso nos permite recorrer a diversos referenciais, como os da história. As pesquisas que desenvolvi nos últimos anos utilizam tais referenciais porque estão diretamente relacionados ao contexto do desenvolvimento histórico das sociedades ocidentais. Minha tese de doutorado, por exemplo, aborda, em linhas gerais, como as tecnologias da comunicação alteraram a história da morte no Ocidente, não apenas levando em conta como os homens fizeram usos dessas tecnologias, mas como elas ajudaram a modificar a representação da morte.
 

CH - Que conceitos trazidos da história são importantes em seu trabalho? Por que?

RR - Eu trabalho com o que considero os “três pilares” para se compreender a morte: o tempo, o espaço e a memória. Esses conceitos são fundamentais porque, a partir deles, consigo estabelecer um cenário onde é possível dialogar com meu objeto de estudo, localizado no campo da Comunicação, que são as comunidades virtuais dos mortos.
 

CH - Em um trabalho no VII Encontro Nacional de História da Mídia, ocorrido no último mês de agosto, em Fortaleza, você traçou um paralelo entre Idade Média e Idade da Mídia. Você pode explicar para o leitor do Café História esta relação e os outros aspectos de sua atual pesquisa?

RR - Ao estudar a Idade Média pude perceber que muitos aspectos podem ser relacionados com a contemporaneidade. No meu ponto de vista há uma série de aproximações, que vão desde o desenvolvimento de técnicas que contribuíram para o desenvolvimento de toda a sociedade ocidental, até questões sobre violência, por exemplo. É claro que são épocas e contextos distintos, mas o foco de abordagem neste trabalho específico, que você citou, é a questão do sagrado. Há, na minha hipótese, uma apropriação do conceito cristão de sagrado (e minha referência é Mircea Eliade) pela mídia, em que a intenção é doar valores a determinados espaços a fim de transformá-los em templos, ou seja, em lugares de contemplação. É o que pude verificar nas comunidades virtuais de mortos da rede social Orkut.
 

CH - Como é ter a morte como objeto de estudo? Trata-se de um tema mórbido ou a sociedade que acabou mistificando o assunto?

RR - Falar da morte é falar da vida. O problema é que a morte é o desconhecido e, desta forma, só a compreendemos a partir do outro.

A história também nos mostra que o processo civilizador contribuiu para o “afastamento” da morte do nosso cotidiano. Phillippe Ariès em sua História da Morte no Ocidente demonstra como os homens foram afastando a morte de seu dia a dia e isso, segundo o historiador, deveu-se a um conjunto de fatores relacionados a aspectos culturais, econômicos e sociais. Ele fala de uma morte domesticada, na Idade Média, onde havia uma familiaridade em lidar com esse acontecimento, em contraponto a uma morte romântica, que é a morte moderna, ou seja, a morte do outro. Há uma passagem, segundo o autor, da morte de si à morte do outro.

Em meu trabalho, eu utilizo as referências de Áries, articulando-as ao contexto do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, na tentativa de demonstrar como as representações da morte foram alteradas, e ainda são, a partir de seus usos. Hoje, há de certa forma, o que o senso comum denomina como banalização da morte pela mídia em geral, principalmente na apropriação da temática relacionada à violência. No entanto, é complexo, porque quanto mais se fala da morte, mas é difícil lidar com ela. Na minha compreensão, essa incapacidade em lidar com a morte está relacionada à finitude, ou seja, o “homem do progresso”, formado no processo civilizador, desenvolveu tantas tecnologias, mas não conseguiu resolver o fato de que ele próprio tem um fim.
 

CH - Você trabalha com uma comunidade do Orkut, o “PGM – Perfil de Gente Morta”. Quais são as dificuldades e facilidades de se trabalhar com esta rede social?

RR - O grande problema em realizar uma pesquisa no suporte Internet é a sua fluidez, no caso de uma rede social, principalmente, porque a dinâmica é ainda mais veloz. As informações são atualizadas a cada segundo e a quantidade de material armazenado é imensa, sendo complicado, desta forma, aplicar uma metodologia fechada. Sem contar ainda o paradoxo que é você ter um objeto localizado em um espaço ilimitado, em princípio, mas onde existe a possibilidade de perda constante das informações, na medida em que essa característica é própria dessa tecnologia. Tudo isso, no entanto, é um desafio, não apenas porque é um território novo, mas porque as características do meio estimulam o desenvolvimento de novos métodos e análises na aplicabilidade da pesquisa.

CH - Em sua dissertação de mestrado, "Tecnologia, Cinema e a Invenção do Corpo Contemporâneo - Do corpo mecânico ao corpo digital", você discute a trajetória do corpo humano das sociedades ocidentais em narrativas construídas do início do século XIX ao século XXI. Neste período, o que mudou na representação corporal e na relação do homem com o seu corpo?

RR - A mudança na representação corporal está intimamente relacionada à transformação tecnológica. Em minha dissertação, eu fiz uma trajetória a partir de três grandes narrativas corporais: o “corpo máquina”, que é o corpo da modernidade, ligado às máquinas, o “bio corpo”, que é o corpo da medicina, dos avanços da genética, da leitura do DNA e da gestão da vida artificial, e o “bit corpo”, que é o corpo da sociedade da informação, das mídias digitais e dos bancos de dados, por exemplo.

Ao longo dessas narrativas, que marcaram o Ocidente, no período entre os séculos XIX e XXI, é possível notar que o homem alterou a representação corporal, na medida em que o desenvolvimento tecnológico permitiu novos usos de dispositivos, principalmente, imagéticos. Ou seja, o desenvolvimento das tecnologias da imagem foi, aos poucos, alterando nossa representação corporal e, a partir daí, o homem começou a se tornar cada vez mais representação, cada vez mais imagem. É o que acontece, por exemplo, na contemporaneidade da narrativa do “bit corpo”, que é o corpo digital, que está na moda, nas capas das revistas ou na televisão, a partir dos usos de softwares cada vez mais avançados, mas também no resultado de cirurgias plásticas. Ou seja, parece haver um desejo do homem de cada vez mais “aparecer” em detrimento de “ser”. Isso está relacionado ao desenvolvimento do sistema capitalista, ancorado no consumo, cujo princípio da concorrência é a sua base. Daí a importância cada vez maior do “rótulo”, ou seja, do “corpo”. O corpo transformou-se em pura informação, pura imagem.

CH - A grande referência de sua dissertação foi o filme "S1m0ne: Nasce uma estrela!". Por que você escolheu esse filme e qual foi o lugar dele dentro do seu estudo?

RR - Não acho o S1m0ne um bom filme em seus aspectos cinematográficos. Ele, inclusive, é considerado filme “tipo B”. No entanto, a escolha foi pela proposta de seu diretor/roteirista em fazer uma espécie de metalinguagem do cinema, destacando os desafios do meio a partir do desenvolvimento de tecnologias de imagem cada vez mais fantásticas. O filme narra a criação de uma atriz digital e os desafios de seu criador (no filme, um diretor de cinema) em controlar a imagem que ganhou vida própria e autonomia. Como fiz análise fílmica, achei o filme adequado para a pesquisa, na medida em que sua narrativa está relacionada aos usos desses novos dispositivos imagéticos na criação de representações afinadas à lógica da sociedade ocidental capitalista. O corpo digital de S1m0ne é uma síntese do corpo contemporâneo, que não pode adoecer ou morrer e tem que estar sempre belo, segundo os padrões “impostos” pela sociedade.

CH - Renata, as novas mídias estão provocando, segundo alguns autores, uma grande transformação ea m nosso conceito de memória. Na sua opinião, a tecnologia também tem sido uma forma de o homem driblar a morte e conseguir alguma espécie de eternização?
 

RR - Há uma busca pela eternidade, mas é claro que isso não é de agora. O homem sempre lutou contra o fato de ser finito. O que eu penso é que hoje existem mais ferramentas que estendem a memória de forma cada vez mais sinestésica. No caso das comunidades virtuais dos mortos, por exemplo, as pessoas reúnem, naquele espaço, rastros diversos num mesmo suporte, como imagem, sons, textos, ou seja, há possibilidade de trazer à tona uma memória mais ativa e interativa.
 

CH - É difícil fazer previsões, mas com o profundo avanço das novas tecnologias da informação e da comunicação, como você acha que será a relação do homem com o corpo e com a morte nas próximas décadas?

RR - Eu penso que cada vez mais o homem tentará se multiplicar, até pra dar conta desse mundo da informação, cada vez mais veloz e instável. Essa multiplicação dos corpos, ainda que a partir de recursos imagéticos, é uma tentativa de se manter no mundo, de certa forma uma tentativa de se eternizar. Hoje, temos corpos e identidades na Internet, a partir de contas de e-mail, atuação em redes sociais, blogs, fotologs, etc. Talvez, no futuro, por exemplo, possamos utilizar o recurso do holograma para projetar corpos e, assim, doar cada vez mais “materialidade” ao que desejamos duplicar, como os mortos. É difícil fazer uma previsão.
 

CH - Chegamos ao fim de nossa entrevista. Muito obrigado pela atenção. Mas antes de encerrar, o Café História gostaria de saber: em que etapa está a sua tese? Quando você pretende defendê-la e quais são as suas expectativas em termos de pesquisa?

RR - É sempre difícil colocar um ponto final em um trabalho, principalmente quando se trata de um tema complexo, que atravessa várias áreas e com tantas possibilidades a seguir. De qualquer forma, de acordo com a minha proposta, estou na fase final da pesquisa e, se tudo der certo, pretendo finalizá-la até o início do próximo ano. Como deste trabalho surgiram muitas outras questões, pretendo dar seqüência à temática em um pós-doutorado ou mesmo em um projeto de pesquisa na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde leciono.

quinta-feira, maio 27, 2010

PSICOLOGIA



- Que quer dizer “cativar”?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
-...Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa... (O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry).

Um adolescente incrédulo tendo ido ao tratamento psicológico por recomendação da família, pergunta, espantado e num fôlego só:
- Mas só falando eu poderia melhorar? Só conversando tu vai me ajudar?!
            O tratamento Psicológico não se resume ao “ser ajudado” ou ao “melhorar”, mesmo que isto venha a acontecer. O “falar” também não pode ser resumido: não se trata de “qualquer falar”, “falar por falar” ou “falar qualquer coisa”.
            No espaço psicológico ocorre uma instrumentalização humana de dialogar e, principalmente, “escutar”. Escutar diretamente aquilo que indiretamente o outro diz, fala e, portanto PENSA.
Há um “falar” carregado sobre as coisas que fazem sentido na vida da pessoa que fala/escuta. Coisas que fazem ou não fazem sentido e que provocam a situação humana de serem transmutadas (transformadas) pela busca dos próprios sentidos do viver.
Aquele que escuta não pode, de forma passiva, somente ouvir. Precisa fornecer sua presença inteira e suportar o que é articulado.
O que é escutado tem o material do que pode, precisa e deve ser transformado pelos dois seres envolvidos.
Numa situação de respeito, sigilo ético e sensibilidade. Sensibilidade que não desespera na dor, não se apavora facilmente e não desespera a dor do outro, mas sustenta o lugar e o olhar da fala do desejo.
Viver e desejar expõe os humanos aos desafios e dores que a vida impõe.
Escutar a forma que o outro conta/diz sua dor vivida esclarece, também, a quem fala: escutar sua própria voz.
Esclarecimento não só da dor que sente, mas dando sentido a dor falada, “descristalização” dos conceitos prontos.
Diferente de um amigo que se emociona – oferece o precioso “ombro amigo” e o apoio nestas emoções – o psicólogo oferece outro tipo de amor/amizade, que faz falar. No amigo há o prazer de dividir o pensar; no terapeuta o ato/amor precisa somar dois “pensar”.
O Pensar próprio prevalece no lugar do conselho, o conselho prejudica o pensar por si: escutar a voz que fala/pensa e vive. Um bom amigo fará da amizade/amor este pensar juntos, o bom psicólogo fará do espaço um lugar de falar, pensar e desejar por si mesmo (não se paga ao amigo, ao menos com dinheiro).
A experiência não termina ao fim do tratamento psicológico. Nasce de um bom tratamento psico, um verdadeiro e bom amigo, para si e para os outros, pois o paciente/cliente torna-se seu próprio melhor amigo. Criando a possibilidade de um mundo melhor e mais suportável em suas realidades: chocantes, radicais, individuais, paralisantes, de ansiedade, medo (fobia), dor (depressão), angústia, etc.
Não há como ser um simples escutar, nem um simples falar, mas há experiência profunda de criar coragem e enfrentar a si mesmo e os sentidos de viver. Sentidos cultivados e contaminados por nossos próprios vírus influentes.
O adolescente lá no início tinha razão em questionar (sua crítica está viva): SÓ FALAR não pode melhorar ou ajudar, é necessário alguém que escute de forma integral; situação que nos faça pensar por nós mesmos e sustente um lugar para continuarmos falando, sessão após sessão, aquilo que pensamos que nos incomode.
É necessário este alguém que nos faça olhar/escutar nosso acomodamento, sem interromper nosso NASCIMENTO nem a dor que impele nosso CRESCIMENTO. Desassossego suficiente para continuarmos desenvolvendo nosso projeto de SERmos humanos, construindo mudanças em nós para a formação de um mundo melhor, ao menos nas nossas convivências e relações.
Aquilo que cultivamos e cativamos é nossa responsabilidade ao invés de nossa culpa, é o que iremos preciosamente colher.

Contatos:
Ângela – fone: (51) 9321.1866

quarta-feira, maio 12, 2010

o que são minhas epígrafes...

.......................ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES...inconclusivas.............



AS CIDADES E OS MORTOS
O que distingue Argia das outras cidades é que no lugar de ar existe terra. As ruas são completamente aterradas, os quartos são cheios de argila até o teto, sobre as escadas pousam outras escadas em negativo, sobre os telhados das casas premem camadas de terreno rochoso como céus enevoados. Não sabemos se os habitantes podem andar pela cidade alargando as galerias das minhocas e as fendas em que se insinuam raízes:
a umidade abate os corpos e tira toda a sua força;
convém permanecer parados e deitados, de tão escuro.
De Argia, daqui de cima, não se vê nada; há quem diga: está lá em baixo”
e é preciso acreditar; os lugares são desertos.
À noite, encostando o ouvido no solo,
às vezes se ouve uma porta que bate”
(Italo Calvino, “As cidades Invisíveis”, p. 116.)

 

            Minhas epígrafes são meu “Brincar”, comunicam e organizam meu discurso meio PRONTO, meio tonto, das minhas imagens fantasmáticas. Gritam angústias de não satisfação ante o objeto amado e odiado, o mesmo; e a percepção/reconhecimento de que os são/é objeto único e me coloco em estados depressivos que me parecem que NUNCA (muito tempo! Alucinação!) conseguirei elaborá-los. Falo a mim mesma: “larga a lupa, use um relógio e uma calculadora” para não enxergar/ver os defeitos tão grandes e o tempo tão extenso e sem matemática nenhuma. Estou míope e torpe...

Henry Miller PLEXUS

“          -    Mas você é tão jovem! Como teria tempo para...
-         A idade nada significa – interrompeu – não é a idade que nos faz sábios. Nem a experiência, conforme se pretende. É a ligeireza de espírito. Os Rápidos e os mortos. ... Você, entre todas as pessoas compreende o que quero dizer. Existe somente duas classes neste mundo – e em todos os mundos - : os rápidos e os mortos. Aos que cultivam o espírito nada é impossível. Para os outros, tudo é impossível, ou incrível, ou fútil. Quando se vive dia  após dia com o impossível, começa-se a indagar o que a palavra significa. Ou melhor, como ela chegou a significar o que significa. Há um mundo de luz, no qual tudo é claro e manifesto, e há um  mundo de confusão, onde tudo é obscuro. Os dois mundos são realmente um só. Os do mundo da escuridão conseguem um lampejo de quando em quando, do reino da luz, mas o do mundo da luz nada sabem sobre o mundo das trevas. Os homens da luz não emitem sombras. O mal lhes é desconhecido. Tampouco guardam ressentimento. [...] Aqui sou considerado um tanto excêntrico [...]
Seu coração parou de bater por um momento, é tudo – disse Claude – imagine, se puder o que aconteceria se o seu coração começasse a pulsar num ritmo cósmico. A maioria dos corações não chegam a bater num ritmo humano...Tempo virá em que [...] tudo estará transformado [...] não vá pensar que estou falando de religião ou filosofia [...] nem sequer chegam a ser trampolins, como as pessoas julgam. Devem ser transposta de um pulo. Se pomos algo FORA de nós, ou ACIMA de nós, seremos vitimados. Existe  apenas uma coisa, espírito. É tudo, é a suma, e quando nós o percebemos, nós o assimilamos [...]
Você compreende, mas a realidade disso lhe escapa. Compreender não é nada. Os olhos devem ficar abertos, constantemente. Para abrir os olhos devemos nos descontrair, e não nos constringirmos. Não receie tombar num poço sem fundo. Não existe abismo. Você  está nele e a ele pertence, e  um dia, se persistir, você será ele. Não digo que você o terá, veja bem, por não haver nada a possuir. Tampouco você será possuído, lembre-se! Você terá é de libertar-se. [...]”
“Perdoe-me por lhe falar dessa forma, mas tenho a impressão de que o tempo se esvai [...] agora mesmo, H. M., ninguém neste país sabe nada a seu respeito. Neste momento sei mais coisas sobre você do que provavelmente jamais virei a saber. Mas o que sei só tem importância para mim. Isto é o que lhe queria dizer...que deveria pensar em mim quando estiver desanimado. Não que eu possa lhe ajudar [...] ninguém pode. Ninguém o quer, provavelmente. [...] VOCÊ TERÁ DE RESOLVER SEUS PRÓPRIOS PROBLEMAS. Mas pelo menos saberá, ao pensar em mim, que existe uma pessoa neste mundo que lhe conhece e acredita em você. Isso sempre ajuda. O SEGREDO, porém, consiste em não desejar que alguém, nem mesmo o Todo-Poderoso, tenha confiança em você. Você deve concluir, e certamente o fará, que não precisa de proteção [...] não há necessidade de redenção, pois o que os homens chamam pecado e culpa não encerra significado supremo. Os rápidos e os mortos! - Lembre-se bem! Quando adquirir a ligeireza das coisas você não encontrará nem aceleração nem retardamento, nem nascimento nem morte. EXISTE e VOCÊ É – nada mais. [...]”

Henry Miller. PLEXUS- A crucificação encarnada. 1969

epígrafe importante!

A Formação da Identidade Brasileira e as Convenções Sociais:
Um Beco Sem Saída?
Adriana Kessler
Ângela Barcelos da Silva
Resumo: Este artigo pretende problematizar a identidade, como uma convenção socialmente necessária que é, a partir dos conceitos relativos ao tema que estão relacionadas às teorias do campo dos Estudos Culturais e às idéias de autores como Hall (2001) e Bauman (2005), um processo não estanque de construção nos tempos “líquidos” e pós-moderno, e questiona a formação e a construção de identidade nacional. A difícil definição incide nas infinitas saídas e pelas urgentes necessidades de novos paradigmas conceituais, tanto para a identidade, a identidade brasileira, como para formação desta. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica onde aceitamos o critério sócio-histórico, por um caminho processual também histórico, onde se presentifica a dialética do singular-particular-universal.
Palavras-chave: identidade; identidade “líquida”; identidade brasileira.

The Formation of the Brazilian Identity and the Social Conventions: A Deadlock Street?
Abstract: The present paper aims at problematizing the identity as socially required convention, drawing on the concepts related to the theme regarding the theories on Cultural Studies and the ideas of authors such as Hall (2001) and Bauman (2005), in a non-detached process of construction at “liquid” and post modern times, and inquiries about the formation and the building of a national identity. Its difficult definition falls upon the infinite solutions and by the urgent needs of new conceptual paradigms, both for identity, Brazilian identity, and its formation. It is a bibliographical research in which we accept the social historical criterion, through a process path that is also historical, and in which the dialectics of the singular-particular-universal is made present.
Key words: identity; “liquid” identity; Brazilian identity.


Não sei se já observastes isso em vós mesmos – como ente humano e não como um fragmento, num mundo fragmentado. Um ente humano (...) não tem nacionalidade (...) “participar” não significa simplesmente estender a mão para receber alguma coisa. Significa que deveis compartilhar (...) se ganhais uma belíssima jóia e não sabeis quanto ela é preciosa, podeis jogá-la fora; sois incapaz de apreciá-la em companhia de outros.
Krishnamurti.

domingo, maio 09, 2010

A Formação da Identidade Brasileira e as Convenções Sociais: Um Beco Sem Saída?


A Formação da Identidade Brasileira e as Convenções Sociais:
Um Beco Sem Saída?  (2008)

Adriana Kessler, orientadora, é Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e da Personalidade (PUCRS), Docente do Curso de Psicologia na Universidade Luterana do Brasil 
Ângela Barcelos da Silva é graduanda em Psicologia anjapsi@hotmail.com


Introdução
As (in)definições de conceitos relativos ao tema identidade estão relacionadas às teorias do campo dos Estudos Culturais onde é concebida “a cultura como espaço privilegiado de transformação do ser social” (Williams, citado por Escosteguy, 2003, p.57).
Esta pesquisa tem a orientação construcionista, bibliográfica, é exploratória, explicativa, qualitativa e refere que o objeto das Ciências Sociais é histórico. Onde, aceitando os critérios da historicidade, aproximado e construído, o pesquisador – cavador de respostas – na busca do progresso precisa estar associado muito mais às violações do que à obediência (Minayo, 2004; Santos, 2002).
As propostas dos Estudos Culturais são relacionadas com as idéias de autores Hall (2001) e Bauman (2005) que situam o tema na pós-modernidade e no pós-estruturalismo, utilizando, respectivamente, os termos “modernidade tardia” e “modernidade líquida”. Estes e alguns outros autores dos Estudos Culturais fazem levantamentos que constituem a difícil definição da identidade brasileira ou uma pretensa formação dela, coadunam as urgentes necessidades de novos paradigmas para tal referencial que requerem análises complexas, de cunho emancipatório e urgentes e onde é necessária a revisão nas crises dos paradigmas conceituais do conhecimento.
A construção de uma identidade – nacional – que não se constitui um processo simples porque é difícil conceituar termo tão ambíguo, ou até mesmo poético, romântico, Hall irá tratá-lo como “(. . .) muito pouco desenvolvido e muito pouco compreendido para ser definitivamente posto à prova” (2001, p.8).
Os sujeitos assumem diferentes e conflitantes identidades, o que só torna o processo como algo diferente de inato e existente na consciência desde o momento do nascimento até a hora da morte. A identidade que não se desenvolve naturalmente é formada em relação aos outros, ao longo do tempo e através de processos inconscientes. Gritando que há “algo 'imaginário' ou fantasiado sobre sua unidade” (Hall, 2001, p. 37-38), fazendo com que ela permaneça como um processo que está sempre sendo formado e reformulado.
No que se refere a um país continental composto de muitos diferentes sujeitos, demasiadas desigualdades sociais, econômicas e culturais a pretensão de identidade nacional e a análise de sua formação requerem muito mais a possibilidade de alguma licença poética aliada ao rigor na complexidade de tal análise, do que o rigor científico em “recapturar esse prazer fantasiado da plenitude” (Hall, 2001, p.39).
O problema que norteia este artigo é se pode se falar de uma identidade nacional brasileira. A questão fundamental que direciona este estudo vincula-se ao referencial de identidade utilizado numa ampliação e não num fechamento. A isto segue a pergunta: qual o referencial de identidade utilizado?
No livro “Identidade”, o entrevistador diz sobre a sua impressão ao dialogar com Bauman, como foi ficando consciente de ter adentrado um continente muito mais amplo que aquilo por ele esperado: o vasto território real incabível nos mapas. “Continente cujos mapas eram quase inúteis em se tratando de encontrar direções” (Bauman, 2005, p.7). Igualmente, nos deparamos com a impossibilidade de um fechamento tranqüilo pela imprecisão e pela complexidade a que a temática nos submete. Eles, entrevistador e entrevistado, falam do lugar de impossível definição de identidade no mundo de rupturas pós-moderno e líquido, cuja tarefa torna-se impraticável pelas suas infinitas saídas.
Durante o transcorrer do processo de pesquisa bibliográfica foi necessário aceitar que às referências circunscritas, articulavam-se paradoxos ao pensamento lógico formal em suas características determinantes e restritivas.
O referencial de identidade parte do esfacelamento do próprio referencial – por alguma via alternativa – que abre maiores possibilidades de diálogo dentro do tema. O convite de Bauman (2005, p.12) é o de exercitarmos com um pouco de sabedoria em estratégias de “adaptação à modernidade líquida” que têm ações nas sociedades capitalistas tardias. Lança-nos, sem descanso e ao infinito profundo desta questão social, atual e crucial. O autor vai referir que “a identidade é uma convenção socialmente necessária” muitas vezes usada de forma desinteressada, causando maiores desinteresses, moldando e dando substância à biografias empobrecidas e comuns.
Submetendo homens e mulheres hipermodernos à alienação e remetendo-nos a pensamentos reducionistas, atomizando-nos em seres individualizados. Inserindo distancia aos sujeitos naquilo que poderia começar a responder à problemática, subjetiva e filosófica pergunta: quem sou eu?